Como em outras viagens que fizemos, preferimos alugar um carro para termos mais autonomia. Reservamos o carro pelo site http://www.rentcars.com.br/, e foi muito bom porque o contrato sai em português, o pagamento foi antecipado e em reais (um custo de viagem a menos a ficar na dependência da variação cambial e para pagamento a posteriori). Este site possui várias opções de carro e trabalha com diversas locadoras, grandes e pequenas. Precisávamos de uma locadora que nos permitisse pegar o carro em San Francisco e devolver em Las Vegas, e nem todas fazem isso.
Dirigir
nos Estados Unidos foi uma experiência tranquila. Sabíamos que estávamos em um
país estrangeiro com leis bastante duras e, por isso, tentamos seguir as regras
de trânsito de lá - que diferem das daqui em alguns detalhes - e o estilo
cauteloso de pilotagem.
A
pessoas com as quais interagimos nesse período foram, em geral, educadas e
simpáticas. Ficamos com vontade de voltar para explorar mais os hikings mais
longos que podem ser feitos por lá.
Dia
0 - Brasília - San Francisco
Saímos
de Brasília em um voo da Copa, com embarque às duas da manhã. Depois de umas
seis horas, há uma conexão na cidade do Panamá. A seguir, fomos direto para San
Francisco. Achamos esse voo uma opção legal, já que ele vai quase em linha reta
até o oeste americano e, de quebra, tem uma parada para esticar as
pernas. E esse voo melhorou bastante (entretenimento) desde a última vez
que viajamos pela Copa.
Dia
1 - Chegada a San Francisco pela tarde, visita a Chinatown
Iluminação pública de China Town |
Há um comércio intenso de todo tipo de quinquilharias, em um ambiente tão assumidamente cafona que acaba por se tornar sofisticado. Os elementos da cultura chinesa estão por todos os lados e o lugar é uma mina de ouro para fotógrafos urbanos, principalmente no entardecer e no início da noite, quando as luzes começam a se acender. Retornamos a pé para o hotel e jantamos em um restaurante nas proximidades, chamado AQ. Restaurante um pouco caro, mas muito bacana, moderno, cozinha aberta e pratos sofisticados e saborosos, com misturas diferentes. Estava lotado, de forma que ficamos no bar mesmo, e o garçom nos brindou com uma deliciosa entrada, cortesia da casa.
Chinatown |
Dia
2 - Golden Gate e Salsalito
Saímos
do hotel cedinho e caminhamos até o pier 33, numa tentativa frustrada de
visitar Alcatraz, que só tinha ingressos para daí a dois dias. E aí fica
a dica: faça reserva com antecedência, principalmente se você tem pouco tempo
na cidade. Como não fizemos isso, acabamos mudando toda a nossa programação em
San Francisco, mas valeu a pena!
Visitamos
o Fisherman's Wharf e logo após o píer 39, alugamos bikes para um passeio até
Salsalito, passando pela Golden Gate.
O passeio foi a nossa primeira experiência ciclística em uma grande cidade em um país desenvolvido. A primeira foi em Lucca, na Itália, mas Lucca é uma pequena cidade medieval - outro esquema! Inicialmente, estávamos preocupados com o trânsito, mas constatamos que não precisávamos temer os carros, na verdade, eles é que nos temiam. A distância até a Golden Gate é considerável e há algumas subidas bem acentuadas. Apesar disso, chegamos até a ponte rapidamente, e é uma delícia cruzá-la de bike, com calma, parando nos pontos (onde isso é permitido) para fotos.
Sempre presentes e simpáticos no Pier 39 |
O passeio foi a nossa primeira experiência ciclística em uma grande cidade em um país desenvolvido. A primeira foi em Lucca, na Itália, mas Lucca é uma pequena cidade medieval - outro esquema! Inicialmente, estávamos preocupados com o trânsito, mas constatamos que não precisávamos temer os carros, na verdade, eles é que nos temiam. A distância até a Golden Gate é considerável e há algumas subidas bem acentuadas. Apesar disso, chegamos até a ponte rapidamente, e é uma delícia cruzá-la de bike, com calma, parando nos pontos (onde isso é permitido) para fotos.
Golden Gate vista de Sausalito |
Salsalito é uma cidade que gravita em torno de San Francisco e é cheia de restaurantes bacanas na beira da baía. Lá, nos sentimos merecedores de um Spaguetti com frutos do mar e de um Pinot Grigio, já que não há lei que impeça alguém de beber e pedalar - pelo menos que nós saibamos. Depois de saborear tudo isso na sacada do restaurante (Tridente) com vista para o mar, fomos para a estação de Ferries e pusemos as bikes na próxima embarcação que voltava para o píer 39.
Constatamos, curiosos, que metade do Ferry estava tomado por bikes, na sua maioria de turistas como nós. Na volta, passamos no Embarcadero - uma estação de barcos, com um mercado bem ativo no seu interior - e compramos queijos, pães e um vinho para um jantar no quarto do hotel.
Aguardando o Ferry |
Fim de tarde no pier |
À noite fomos a um concerto de jazz no SF Jazz Center. O local fica perto do nosso hotel, e fomos a pé. Vale muito a pena ir a um show de jazz neste local, pois é muito típico de San Francisco. Eles SEMPRE têm uma programação com artistas gabaritados. Dessa vez, o show era do Wayne Shorter, um nome muito significativo do Jazz. Mas atenção: costuma lotar! Fizemos nossa reserva com bastante antecedência, do Brasil mesmo, pelo site http://www.sfjazz.org/center.
Dia
3 - Napa Valley, Sonoma Valley e Castro
Ficamos
com receio de ir de carro ao Napa Valley, considerando que sempre se bebe um
pouco nesses passeios enogastronômicos. Por isso, contratamos um passeio, que
nos levou a duas vinícolas no Napa e a uma no Sonoma. As vinícolas não eram
muito conhecidas, mas todas elas tinham bons vinhos.
Aproveitamos para fazer
algumas compras e nos abastecermos de vinho até o final da viagem. Com o dólar
a quase R$ 4, adotamos como estratégia jantar no quarto do hotel, de vez em
quando. Normalmente, comprávamos um bom queijo, um salame, um pão legal, que
comíamos com um azeite e com vinhos comprados em Napa. Tivemos, assim,
possibilidade de comer várias coisas interessantes que encontrávamos pelo
caminho - queijos, salames, molhos e pães artesanais - com um custo baixo.
Igreja em Sonoma |
À
noite, encaramos uma longa caminhada até a Castro Street, o coração do bairro
gay de San Francisco. O guia de viagens que usamos - conservador, burocrático e
sem imaginação - simplesmente não falava na Castro. No entanto, visitar esse
bairro foi um dos passeios mais interessantes de San Francisco. Foi ali que
nasceu o movimento pelos direitos civis dos homossexuais e isso é refletido em
todos os cantos, desde a praça, batizada com o nome Harvey Milk, um
congressista que se dedicou à causa, até os cuzamentos, delicadamente pintados
com as cores do arco-íris e iluminação pública colorida seguindo a mesma linha.
Por ali há muitos bares, restaurantes e estabelecimentos diversos frequentados
pelo público gay, além de algumas sex shops com produtos no mínimo curiosos.
Jantamos num bom restaurante italiano na Castro. Éramos o único casal hétero do
estabelecimento e não sofremos nenhum constrangimento por isso, foi muito
bom. E detalhe: nos fundos do restaurante estava ocorrendo um curso de
pintura com degustação de vinhos. Coisas de uma cidade vibrante e
diversificada como San Francisco ;-)
Passagem de pedestre nos tons do Arco-íris na Castro St. |
Dia
4 - Lombard Street e Alcatraz
Girardelli Square |
A partir dali, caminhamos até a Lombard Street (uma subida dos infernos), num trecho onde a rua foi feita com várias curvas curiosas, como forma de contornar a inclinação exagerada e permitir que os carros pudessem trafegar. Depois, subimos até Telegraph Hill (outra subida infernal), que fornece uma vista legal da cidade. Dali, descemos na direção de Little Italy, o bairro italiano de San Francisco, com direito a uma passada em frente ao café Trieste para uma foto. Neste café Coppola redigiu o roteiro de O Poderoso Chefão. Se o café não estivesse tão cheio teríamos entrado para tomar algo, mas como estava lotado apenas registramos nossa foto e seguimos adiante.
Almoçamos
no pier 49, no Bubba Gump, que é totalmente decorado com temas do Forrest Gump,
embora já existisse antes do filme.
Pegamos
o último horário para o passeio por Alcatraz. A antiga cadeia tem um clima meio
opressivo e é um passeio histórico que vale a pena. E na volta pegamos um
lindo fim de tarde, no último ferry.
Alcatraz |
Lindo fim de tarde ao retornar de Alcatraz |
E para encerrar o dia fomos caminhando (como andamos nesse dia!!!) até a Ghirardelli Square e fizemos nossas comprinhas de chocolates. Já era noite e decidimos jantar por ali mesmo, no restaurante Cioppinos. Retornamos ao hotel de Street Car, um trem elétrico um pouco mais moderno.
Dia
5 - deslocamento de San Francisco a Pismo Beach.
Pela manhã tomamos Shuttle ao aeroporto para retirar o carro. Tínhamos reservado um SUV, mas acabamos pegando um carro híbrido, bem mais econômico. A seguir, pegamos o caminho da costa, pela Highway 1, considerada a primeira estrada cênica da Califórnia. Saímos um pouco da Hwy 1 para entrar na Península de Monterrey, uma estrada parque pedagiada de algumas milhas à beira mar, onde um simpático guarda nos cobrou a taxa. Ele nos contou que a única expressão que conhecia em português era "bom dia", mas na tarde passada havia cumprimentado com o seu "bom dia" uma portuguesa, que lhe corrigira, explicando que à tarde se fala "boa tarde". Assim, agora ela sabia duas expressões em português. Acho que ao longo de toda viagem, excluindo-se um ou outro mal-humorado congênito, esse padrão de simpatia foi comum. Depois de Monterrey voltamos à Hwy 1 e fomos em direção ao Big Sur,
Big Sur |
No
cair da noite chegamos a um ponto do litoral que abriga leões e elefantes
marinhos. Infelizmente, a luz já não estava muito boa para fotos. O ideal teria
sido fazer o trajeto em dois dias, já que a estrada é bastante sinuosa e com
muitos (muitos mesmo!) belos pontos que merecem uma parada.
Era
noite quando chegamos a Pismo Beach e fizemos checkin em um motel típico
americano, daqueles de filme do Hitchcock. Fomos recebidos pelo Norman Bates.
Dia
6 - deslocamento de Pismo Beach a Death Valley Junction
Esse
foi um dia de deslocamento longo, mas que rendeu bastante. Saímos cedo do
litoral e pegamos estradas com pouco movimento. Havia basicamente dois caminhos
possíveis até Death Valley Junction, e optamos pelo que cruzava o Vale da Morte
iniciando pelas dunas (em Stovepipe Wells), apesar de ser o caminho mais
demorado. O objetivo era pegar as dunas
ao entardecer e só depois chegar ao nosso hotel.
Paisagens desérticas do caminho |
No
caminho cruzamos o deserto de Mojave e, num dado ponto, passamos pela entrada
do Red Canyon, mas não pudemos fazer a trilha por falta de tempo.
Chegamos ao Death Valley ainda em tempo de pegar o entardecer nas Mesquite Dunes conforme planejado, e valeu a pena. As dunas ficam lindas com a luz suave e alaranjada do fim de tarde. Após um longo dia de deslocamento foi prazeroso e relaxante caminhar sobre as areias quentes e macias da Mesquite Dunes.
Uma das entradas do parque |
Chegamos ao Death Valley ainda em tempo de pegar o entardecer nas Mesquite Dunes conforme planejado, e valeu a pena. As dunas ficam lindas com a luz suave e alaranjada do fim de tarde. Após um longo dia de deslocamento foi prazeroso e relaxante caminhar sobre as areias quentes e macias da Mesquite Dunes.
Dunas |
As dunas ao entardecer |
Dia
7 - Death Valley
Acordamos
cedo e fomos ao Dante's view, um ponto que fica melhor pela manhã. Dali,
encaramos vários quilômetros até o Centro de Informações Turísticas, em Furnace
Creek, onde pagamos a taxa de visitação do parque. Há máquinas espalhadas nas entradas do parque
para pagar esta taxa, mas não conseguimos usá-las. Por alguma razão não funcionava com nossos
cartões de crédito. Foi bom passar no
Centro de Informações, pois descobrimos que várias estradas do parque estavam
fechadas, já que a 'flood' tinha sido 'violent'. As 'flash floods' parecem ser
um problema na região. Lá chove pouco,
mas quando chove...
As estradas do Death Valley |
Rhyolite |
delas, ainda que tenha ruínas não muito preservadas. Em função da mudança de roteiro acabamos visitando a Old Stovepipe Wells, que nada mais é que um poço no meio do deserto; o Mosaic canyon, formado a partir de um rio temporário; o Harmony borax works, uma antiga mina de boro; o Zabriskie point, uma vista cênica que fica melhor ao entardecer; e o Twenty mule team canyon.
Rhyolite |
Vista de Zabriskie point |
Deixamos
o hotel cedinho e tomamos café da manhã em Pahrum, cidade vizinha alguns
quilômetros adiante.
Histórica 66 |
Almoçamos
em uma pequena cidade um pouco mais adiante, ainda dentro da 66 histórica, e
que aparentemente se mantém em função dessa aura mítica que a 66 incita nos
viajantes.
Seguindo
mais um pouco, chegada a Tusayan, nossa base para exploração do Grand
Canyon. Esta cidade fica a uns 10Km da borda do canyon, e é uma excelente
opção. Conta com bons restaurantes (que
fecham cedo) e mercados. Na chegada ainda
tivemos tempo de fazer um passeio pela borda do Canyon, percorrendo a Desert
View Road, até o Grand Point. Existe uma certa emoção em ver o Canyon pela
primeira vez. Tudo lá é muito grandioso e, por outro lado, desde criança se
houve falar nesse lugar. Nas palavras da
Sandra, “definitivamente pode-se dizer que estar no Grand Canyon é materializar
um sonho”.
Dia 9 - Desert View Road e South Rim trail
Pela
manhã, tomamos a Desert View Road novamente. Essa via vai costeando a borda do
Cânion, no sentido leste. Como era cedo, acabamos nos deparando com um rebanho
de elks (alces), com várias fêmeas (sem chifres) e um macho com uma farta
galhada. Fomos parando nos pontos de observação, até chegarmos ao final da via,
o Desert View Point. Na volta, passamos pelas ruínas de Tusayan, um povoamento
anterior aos Navajos. É bastante interessante observar o nível de sofisticação
ao qual chegaram os nativos americanos. Pareceu-nos que eles estavam à frente
dos índios da amazônia brasileira, embora ainda bem atrás dos Incas e Astecas. É
curioso observar que nós, seres humanos,
carregamos desde as mais primitivas civilizações, uma necessidade que vai além
de comer, beber e dormir... precisamos de arte! Sim... Que propósito objetivo e prático teriam essas
pessoas em, por exemplo, pintar potes de cerâmica e tecidos? Criar instrumentos musicais? Só religião? Não acreditamos que seja apenas
isso. Acho que “a gente não quer só comida, a gente quer
comida, diversão e arte”. Isso é
fantástico!
Elks |
Depois,
iniciamos a South Rim Trail, que cobre a borda sul em direção ao oeste.
Caminhamos na ida e voltamos com o shuttle interno provido pelo parque. O Grand
Canyon é um parque nacional impecavelmente administrado, com tudo muito bem
sinalizado e com praticamente uma cidade no seu interior, em função de ser o
parque nacional mais visitado dos Estados Unidos. No fim deste dia fomos presenteados pela
natureza com um belíssimo nascer de lua cheia sobre os canyons, e um céu ainda
com vários matizes devido ao sol que ainda não havia se posto completamente. Um verdadeiro espetáculo!
Parada para o lanche e para consultar o mapa |
Dia
10 - Wupatki Pueblo e Sunset Crater
Nesse
dia havíamos planejado uma trilha longa, a Bright Angel Trail, que desce no
interior do Canyon, mas no dia anterior a comida e a bebida nos deixaram com
problemas estomacais e, assim, preferimos não fazer a trilha.
No
seu lugar, fomos ao Grand View Point cedo pela manhã. Já havíamos ido lá ao
entardecer, mas diferença da iluminação dá um ar completamente diferente à
vista. Depois, seguimos em um passeio de carro pela estrada a leste do Desert
View Point, já saindo do parque. Acabamos visitando cânions fora do parque,
como o do Little Colorado River, já nas terras Navajo.
Seguindo
pela estrada, tomamos a direção de Flagstaff e passamos pelo Wupatki Pueblo,
outra ruína pré-Navajo, bem mais impressionante que a anterior. Na sequência,
passamos pela Sunset Crater, um vulcão que teve uma erupção bastante
devastadora há mais ou menos um século, e onde ainda é possível ver o rio de
lava que foi gerado na época.
Dia
11 - deslocamento de Tusayan a Kayenta
Saímos
de Tusayan relativamente cedo. Como havíamos percorrido um pequeno trecho desta
estrada no dia anterior - aquele próximo ao Little Colorado -, não paramos para
fotos, o que dinamizou o deslocamento. Já perto de Kayenta, parada no Navajo
National Monument, um parque que preserva ruínas de povos ancestrais (que
curiosamente nem Navajos eram).
O parque tem três trilhas curtas, de mais ou menos dois quilômetros (ida e volta) cada uma. Fizemos duas delas. A mais interessante dava acesso a um mirante, de onde era possível ver as ruínas uma pequena cidade, empoleirada num vão formado na parede de um cânion.
O parque tem três trilhas curtas, de mais ou menos dois quilômetros (ida e volta) cada uma. Fizemos duas delas. A mais interessante dava acesso a um mirante, de onde era possível ver as ruínas uma pequena cidade, empoleirada num vão formado na parede de um cânion.
A
seguir, rumamos para o Monument Valley, onde tudo pareceu um pouco zoneado:
ninguém cobrava o ingresso, o centro de visitantes estava fechado e as
informações tinham que ser obtidas a conta-gotas, nos hotéis da região.
Contratamos um passeio para o dia seguinte no hotel Golding.
No restante do dia fizemos um tour autoguiado, em estrada circular de terra de 17 milhas, que passa pelos principais pontos do parque.
Acabamos o passeio já de noite, mas acreditando estar cedo para jantar em um restaurante, que na região fecha em torno das 21h. Porém, como descobrimos depois, as reservas indígenas têm um fuso diferente do resto do Arizona, com uma hora a mais. Quase ficamos sem jantar nessa noite...
Contratamos um passeio para o dia seguinte no hotel Golding.
No restante do dia fizemos um tour autoguiado, em estrada circular de terra de 17 milhas, que passa pelos principais pontos do parque.
Acabamos o passeio já de noite, mas acreditando estar cedo para jantar em um restaurante, que na região fecha em torno das 21h. Porém, como descobrimos depois, as reservas indígenas têm um fuso diferente do resto do Arizona, com uma hora a mais. Quase ficamos sem jantar nessa noite...
Dia
12 - Monument Valley
Contratamos
um passeio 4x4 para o dia todo. No final das contas, o grupo acabou sendo
apenas nós dois e mais um guia Navajo que dirigia um caminhão adaptado para um
areiões medonhos. Na manhã, fomos até o Secret Valley,
uma área do parque
fechada, que só pode ser visitada com a presença de um guia Navajo. O parque
fica em uma reserva indígena e, por isso, há mecanismo que garantem aos Navajos
algumas rendas decorrentes do turismo no local.
No Secret Valley |
O
Secret Valley é um lugar inusitado e desconhecido, com formações rochosas
curiosas e um certo ar de desolamento. Nosso guia falava inglês com um sotaque
meio curioso. Tivemos muita dificuldade em compreendê-lo. Pelo que ele disse,
os Navajos - que não se entitulam Navajos, mas Diné - são considerados quase
como cidadãos de segunda classe pela sociedade americana. Mesmo assim, a
maioria se modernizou e trocou os Hogans - construções de madeira e estuque -
por casas com estrutura mais moderna. Aparentemente, eles vivem um dilema entre
tradição e modernidade e um conflito de identidade entre ser americano ou Diné.
Almoçamos
um churrasco (de hamburger!!) feito pelo guia no meio do vale com madeiras que
ele recolheu no parque. Tudo simples, mas muito gostoso. À tarde, fomos para a
parte principal do parque, onde visitamos alguns pontos da rota do dia
anterior, além de outros, de acesso exclusivo dos Navajos. Achamos que o
passeio valeu a pena, principalmente porque nos possibilitou ter acesso a áreas
restritas, onde o nosso carro alugado não conseguiria chegar e com o assessoramento
de um guia que realmente conhece a região. Nesse caso, a interação com o guia
fez parte do passeio.
Ao
final do dia, saímos a caça do Forrest Gump Point. O lugar onde Forrest parou
de correr fica num ponto entre o Monument Valley e Mexican Hat, na US 163, que
é uma estrada cênica, que vale a pena percorrer. Como bons turistas que somos,
tiramos fotos no ponto... correndo! E
como bons corredores que pretendemos ser, não abandonamos nossas corridas ali,
ao contrário de Forrest, rsrsrs
Correndo no Forrest Gump Point |
Dia
13 - deslocamento de Kayenta a Page
O
trecho de Kayenta a Page foi cumprido rapidamente, com direto a uma ou outra
parada para fotos. Page fica à beira do Rio Colorado, num ponto acima do Gran
Canyon. Existe uma represa, que forma o Lago Powell. No mesmo trecho existe
ainda o Glen Canyon. Tudo isso faz da região de Page um lugar agradável e cheio
de atrações interessantes, embora sem a exuberância do que vimos anteriormente.
O que existe em Page de absolutamente inusitado é o Antelope Canyon, um cânion
estreito de arenito que é uma coqueluche entre fotógrafos, sejam eles
profissionais ou amadores (nós!). Encontramos uma agência que organizava
passeios no Antelope e reservamos um horário no dia seguinte. Após isso,
rumamos para o Horseshoe Bend, onde o Rio Colorado - nesse ponto ainda de um
verde intenso - faz uma curva em forma de ferradura.
A seguir, fomos para o
parque que abriga o Powell Lake e mais uma série de atrações às margens do
Colorado. O lugar é muito cênico, com o lago azul batendo nos paredões do
cânion e os campos semi-desérticos com uma vegetação arbustiva.
Depois disso, fomos ao Marble Canyon, uns 60 km ao sul de Page. Lá cruzamos uma ponte de arcos histórica que é mantida para fins turísticos. Além do cânion, outra atração do lugar são os condores californianos, que, todavia, não estavam dando as caras por lá. Fiquei tirando fotos da ponte sob diversos ângulos, brincando com os efeitos do sol, até que um rapaz, que estava com o filho, perguntou-me se eu havia visto algum condor. Respondi que não e uma meia hora depois ele me procurou, feliz, mostrando que havia achado um, empoleirado na estrutura metálica da ponte. Sacamos uma objetiva de 500mm e tiramos algumas fotos do bicho, que é de uma feiura pungente.
Horse Shoe |
Powell Lake |
Depois disso, fomos ao Marble Canyon, uns 60 km ao sul de Page. Lá cruzamos uma ponte de arcos histórica que é mantida para fins turísticos. Além do cânion, outra atração do lugar são os condores californianos, que, todavia, não estavam dando as caras por lá. Fiquei tirando fotos da ponte sob diversos ângulos, brincando com os efeitos do sol, até que um rapaz, que estava com o filho, perguntou-me se eu havia visto algum condor. Respondi que não e uma meia hora depois ele me procurou, feliz, mostrando que havia achado um, empoleirado na estrutura metálica da ponte. Sacamos uma objetiva de 500mm e tiramos algumas fotos do bicho, que é de uma feiura pungente.
Dia
14 - Antelope Canyon e outros passeios em Page
O
Antelope Canyon tornou-se um lugar icônico para a fotografia ao longo dos anos.
Trata-se de um cânion de fenda, estreito, onde a luz entra por uma abertura
superior pequena e que possui formações onduladas em um arenito rosa. Todos
esses fatores fazem com que os efeitos luminosos lá dentro sejam
impressionantes no horário certo do dia, ou seja, quando o sol penetra o cânion
pela abertura superior.
Fomos no horário certo - nosso tour guiado iniciou as
10h da manhã - mas na época errada - melhor seria no verão. Dessa forma, havia
luz no cânion, mas não feixes luminosos diretos. Mesmo assim, tiramos boas
fotos abstratas, explorando as tonalidades que vão do alaranjado ao púrpura,
dependo do nível de luminosidade. Havia muita gente na parte alta do cânion, o
que acabou sendo chato, porque os guias ficavam apressando as fotos, em função
dos vários tours enfileirados.
Após terminar o upper canyon, iniciamos um tour pelo lower canyon, que foi bem mais tranquilo: éramos um grupo pequeno, sem outros enfileirados e contamos com um guia atencioso, que no guiou vestido de freira, já que era Hallowen.
Upper Canyon |
Lower Canyon |
Após terminar o upper canyon, iniciamos um tour pelo lower canyon, que foi bem mais tranquilo: éramos um grupo pequeno, sem outros enfileirados e contamos com um guia atencioso, que no guiou vestido de freira, já que era Hallowen.
Formações curiosas (Lower Canyon) |
Ficamos o restante do dia curtindo uma certa preguiça na beira do lago e tirando umas fotos do pôr do sol. À noite jantamos em um restaurante texano, embora ainda estivéssemos no Arizona.
Dia
15 - deslocamento de Page a Las Vegas
Encaramos
um trecho tranquilo de estrada e chegamos relativamente cedo a Las Vegas, onde
nos hospedamos no Motel 6, bem simples mas adequado, já que partiríamos bem
cedo no dia seguinte. Las Vegas entrou nesse roteiro apenas como ponto de saída
de uma viagem essencialmente ecoturística. Na verdade, nunca tivemos muito
interesse por essa "disneylândia para adultos", como algumas pessoas
a definem. Ainda assim, foi legal passear pelas ruas atulhadas de gente, com
todos apelos possíveis aos sentidos: as cores fortes, as luzes, as ofertas de
sexo pago, de jogo etc. As prostitutas de Las Vegas oferecem seus serviços por
meio de cartões distribuídos nas esquinas, onde em geral há uma foto, o
telefone e o preço. Brincamos entre nós que o esquema de Amsterdan parecia mais
confiável: a garota fica numa vitrine, sem intermediários e sem Photoshop.
Compramos uma ou outra bobagem, almoçamos no Hard Rock Café (sempre uma boa
pedida) e tiramos algumas fotos noturnas.
Dia
16 - Tomamos o voo da Copa na madrugada. Voltamos em um voo Las
Vegas-Panamá-Brasília já pensando numa volta.
Assim somos nós, terminando uma viagem e já pensando na próxima – ou nas
próximas, rs.