sábado, 24 de dezembro de 2016

Canadá - Rochosas, Kelowna e Vancouver

Canadá - Rochosas, Kelowna e Vancouver



 Nossas férias pelo Canadá iniciavam em primeiro de agosto de 2015, mas os planejamentos começaram bem antes.  A primeira coisa que fizemos quando decidimos que o Canadá seria um de nossos destinos em 2015 foi, ainda em 2014, comprar um guia de viagens e dar início a pesquisas na internet.  Nosso objetivo principal neste roteiro era visitar a região das rochosas.

Já no início de 2015 começamos a nos mexer para providenciar os vistos.  Voo direto do Brasil para o Canadá só é oferecido pela Air Canadá, que costuma ser um pouco mais caro.  A maior parte das companhias aéreas faz conexão ou escala nos EUA.  Sendo assim, como não sabíamos ainda como seria nosso deslocamento até o destino final, achamos por bem começar tirando visto para os EUA.  Claro que não foi apenas por causa do aéreo até o Canadá que tiramos os vistos, nós também tínhamos planos de fazer nossa primeira viagem pelos EUA em 2015.

Iniciamos pelo visto americano.  Embora todos reclamem de o processo ser burocrático e de eles perguntarem MUITAS coisas, a verdade é que eles são MUITO organizados e que é possível fazer todos os agendamentos e pagamentos pela internet.  No site obtivemos todas as informações necessárias com clareza, preenchemos os formulários e agendamos a ida à empresa que participa do processo e ao consulado.  Nos locais onde ocorrem as entrevistas, apesar de haver muita gente, foi muito rápido.  Com esta etapa vencida, fomos ao visto canadense.  Gente, é muito mais chato!  A grosso modo são os mesmos procedimentos, mas as informações estão muito dispersas no site, e foi difícil entender qual a documentação necessária, que formulários preencher (em papel), quanto e onde pagar pelo visto.  Também não conseguimos um número de telefone para tirar dúvidas, apenas um e-mail que também passa por uma série de processos até ser respondido.  Em resumo tivemos que ir duas vezes na empresa que recebe a documentação, pois na primeira descobrimos que nossos documentos e formulários estavam incompletos.  Na segunda vez tudo certo, e depois foi só esperar os vistos pelos Correios.

Uma vez com os vistos, programamos o roteiro a ser percorrido em um carro alugado.  Nossa jornada iniciaria em Edmonton e terminaria em Vancouver.  No meio desse caminho, deliciosas cidades no meio das Rochosas como Jasper e Banff, e uma passada na região de Okanagan, a principal produtora de vinhos no Canadá.

Tendo isso pronto, o próximo passo seria comprar as passagens aéreas.  Apesar de estar com vistos americanos também e de os voos com conexão nos EUA serem mais baratos, queríamos mesmo era ir de Air Canadá.  Primeiro porque seria mais rápido, apenas uma conexão em Toronto e depois chegada a Edmonton, segundo porque as conexões nos EUA costumam ser muito demoradas devido ao rigor dos agentes e quantidade de pessoas na imigração.  Outro aspecto legal seria que iríamos de Air Canadá saindo do Rio, para onde iríamos um dia antes e passaríamos o tempo até o embarque visitando a minha família.  O problema é que a Air Canadá não vende passagens aéreas pela internet para voos saindo do Brasil L  Optamos por comprar com uma agência de viagens, mas a pessoas que estava comprando se enrolou e quando fomos efetivar a compra não havia mais lugar para nós.  Vale lembrar que na época da nossa viagem estavam ocorrendo jogos Panamericanos no Canadá, com uma procura acima do normal por passagens.  Em resumo, fomos de TAM, que estava vendendo as passagens como sendo “diretas” a Toronto, mas que na prática tinha uma “parada técnica” em Nova York.  O voo era mais barato, mas muito mais longo!  Foram quase 24h de Brasília a Edmonton (considerando as paradas).

Em geral gostamos de viajar sem fazer todas as reservas de hotel, e assim termos um pouco de liberdade caso decidamos mudar algo no roteiro, mas no Canadá isso não foi possível.  Nas pesquisas que fiz percebi que os lugares para onde iríamos eram muito disputados, e iríamos em alta temporada.  Então decidimos sair do Brasil já com as reservas das cidades menores e mais turísticas feitas, no caso Jasper, Banff, Icefields Parkway e Lake Louise.  E também na cidade onde passaríamos a primeira noite no Canada, Edmonton.  Foi uma sábia decisão!  Os lugares estavam lotados, e se não tivéssemos feito assim teríamos tido muitos problemas.  Então uma dica importante é: pesquise como estará a oferta de hospedagem na época de sua viagem e nos lugares onde pretende ficar, ou leve barraca J


ROTEIRO

Dia 1 – 01/8 – sáb. - partindo de Brasília
Deslocamento Brasília (18h00)à Guarulhos
Guarulhos (21h40) à Toronto  (13h+1)

Dia 2 – 02/8 – dom. - Toronto a Edmonton

Deslocamento de Toronto, pela Air Canadá, (AC 14h45) a  Edmonton (16h57).  Umas 4h de voo.

Depois de quase 24 horas de nossa saída de Brasília, enfim chegamos!  A primeira coisa que fizemos foi a retirada do carro no aeroporto mesmo, alugado ainda no Brasil, pelo site da Avis.  Há locadoras menores e talvez até mais em conta, mas nós pretendíamos pegar o carro em Edmonton e entregá-lo em Vancouver, então nem todas as locadoras fornecem esse serviço.  Pelas nossas pesquisas a Avis estava Ok.  Tivemos a feliz descoberta de que no Canadá, ao contrário de outros países da Europa e dos EUA, não é necessário seguro adicional de terceiros.  Em caso de acidente o seguro comum já dá a cobertura suficiente. 

Pegamos um SUV compacto mas muito bom, considerando as distâncias a serem percorridas.  Dispensamos o GPS porque levamos o nosso, já carregado com mapas atualizados da região que iríamos percorrer.  Em uma viagem longa de carro um GPS é fundamental.

Como Edmonton era apenas o nosso ponto de partida no Canadá, pegamos um hotel da rede Best Western (Best Western Plus West Wood Inn) bem à mão para o nosso caso: de fácil acesso, perto do aeroporto e já nas proximidades da rodovia que nos levaria a Jasper.  Estávamos tão cansados que, embora houvesse restaurantes e umas lojinhas perto do hotel (e um dos shoppings famosos de Edmonton, considerado o maior do mundo até bem pouco tempo, não fosse muito longe) optamos por jantar no hotel mesmo e descansar.



Dia 3 – 03/8 – seg. - Edmonton a Jasper

Deslocamento Edmonton à Jasper (365 Km – 3h49)
Tomamos café no hotel e saímos logo cedo.  A estrada de Edmonton a Jasper é boa, mas não tão bonita perto de Edmonton.  A paisagem vai ficando cada vez mais bonita à medida que nos aproximamos de Jasper.  Pegamos uma estrada com muito movimento, principalmente de motor homes.  Acho que descobrimos como os canadenses gostam de aproveitar o verão, ou seja, pegando um motor home, mais carro, mais barco, mais moto, mais um monte de coisas e sair pelas belas estradas e paisagens do país.

Uma coisa curiosa que observamos nas estradas que pegamos no Canadá é que a maior parte dos pontos de apoio e postos de gasolina não ficam na rodovia, de forma que é necessário pegar uma das saídas da estrada para encontra-los.  No início acreditamos que essa seria uma característica da região das Rochosas e das pequenas cidades, mas nos deslocamentos seguintes (fomos até Vancouver) constatamos que parecia ser assim mesmo nas cidades maiores.  Então, ao fazer o planejamento dos deslocamentos de carro, é preciso estar atento a isso e ao fato de que em certas regiões os postos de abastecimento são espaçados.

Para usufruir dos parques da região (Jasper, Banff e Icefields Parkway) é necessário pagar uma taxa, cujo valor é variável dependendo do número de dias em que se ficará no parque.  Não é preciso se preocupar com esta taxa, pois ela é enfaticamente cobrada antes de se chegar a Jasper.  Aliás, da forma como fazem, acaba gerando um pouco de engarrafamento.  Apesar disso chegamos cedo a Jasper.

Jasper é uma cidade pequena, organizada e muito bonitinha.  Parece uma cidade de casas de bonecas.
Como era verão, com dias longos, ainda pudemos aproveitar bastante a tarde, após almoçarmos.  A 10 min da cidade ficam os lagos Annete e Edith.  Os lagos são muito próximos, uns 2min a pé entre eles, e muito bonitos.  Caminhamos bastante por ali.  Como era um dia realmente quente para os padrões canadenses (mais de 30 oC), havia muita gente na água, e eu me arrependi de não ter colocado um biquine.

No fim da tarde fomos aos lagos Pyramid e Patricia, também próximos à cidade, e para onde muita gente costuma ir para apreciar o pôr do sol.
Os restaurantes fecham relativamente cedo, e nessa primeira noite encontrados um restaurante grego bom e barato onde jantamos.
 

Dia 4 – 04/8 – ter. - Jasper

Nosso hotel não incluía café da manhã, mas dava desconto na lanchonete que ficava nas dependências do hotel, e cuja comida era muito boa.

Tomamos café cedo e fomos ao Centro de Atendimento ao Turista, no centro de Jasper, para nos informamos a respeito dos locais para passeios e sobre como proceder caso encontrássemos um urso.  A recomendação é andar em grupos, fazer barulho para afugentar o uso, ter um spray de pimenta, e outras instruções que variam bastante, já que os ursos podem ter um comportamento imprevisível e que muda caso se trate de um “black bear” ou “grizzly bear”).  Enfim, saímos dali e passamos numa loja próxima e compramos um sininho e um spray de pimenta.  O spray considero importante, mas o sininho depois de usá-lo por poucos minutos já tinha vontade de atirá-lo longe.  O barulhento se torna irritante.  Além disso, descobrimos que ele não é assim tão eficiente.  Parece que os ursos se assustam mais com vozes humanas (por que será, né?, humanos são tão “gente fina”) do que com sininhos.  Abolimos o uso do tal sininho.

Seguimos na direção do Maligne Lake, via Maligne Road (estrada com aproximadamente 45 Km de extensão).  Nesse caminho fizemos várias paradas para pequenos passeios e para tirar fotos.  A primeira parada foi no Maligne Canyon (a 10Km da cidade), onde fizemos uma pequena trilha ao longo do rio Athabasca e que devia ter em torno de 2Km. 
Depois pegamos o carro e a parada seguinte foi no Medicine Lake, um lago muito bonito alimentado pelo Maligne River, mas que apresentava indícios de um incêndio relativamente recente.  




Seguimos calmamente até o Maligne Lake (a 44Km de Jasper), com direito a algumas paradas para tirar fotos de animais que cruzam a estrada.


No Maligne Lake é possível alugar uma canoa, mas preferimos fazer pequenas trilhas a pé.  Esse dia não estava tão quente quanto o anterior, de forma que não me aventurei na água, embora estivesse preparada para isso (coloquei o biquine!).  Fizemos três trilhas distintas que, juntas, devem ter somado uns 8 Km.  Todas muito tranquilas, exceto a última que nos pareceu muito vazia (só Alexandre e eu, praticamente) e ficamos com um pouco de receio que aparecesse algum urso.  Optamos por retornar, principalmente porque era uma trilha com muita subida.



Nas trilhas fizemos nosso lanche, comprado na véspera, e pudemos apreciar aves e outros animais, inclusive uma família de “mooses” que se banhava em um pequeno lago e que “pescava” algas no fundo do lago.  Muito interessante, nunca imaginei que eles comessem esse tipo de coisa J


Terminamos nossas caminhadas na lojinha de souvenirs que tem no local, bebemos algo e iniciamos a volta a Jasper.  No caminho nos deparamos com um local muito bonito, com um pequeno riacho cheio de aves e que rendeu belas fotos.

Nesta noite nos preparamos para jantar no nosso quarto de hotel.  Compramos pães, vinho canadense (para prestigiar o país que estamos visitando e aumentar a “experiência” de viagem), salame, queijos e chocolates.

Dia 5 – 05/8 – qua. - Jasper

Mais um dia que iniciamos bem cedinho, mas o tempo não estava ajudando muito.  A temperatura caiu e ameaçava chuva.  E eu, sei lá por que razão, não levei um casaco impermeável.  Acabei comprando um para me proteger caso resolvesse chover de fato.  Nada quente, mas que me mantivesse seca.  O bom é que a chuva não engrenou, alguns pingos de vez em quando, mas nada que atrapalhasse.

Nosso destino inicial seria o Athabasca Falls, mas no caminho passamos pela entrada para o monte Edith Cavell, e decidimos ir até lá primeiro.  Desse monte se tem uma bela vista de um glaciar, após uma trilha curtinha.  Aliás o caminho até o ponto onde inicia a trilha também é lindo, e vale a pena parar, tirar fotos e fazer pequenas (ou longas) caminhadas.



Depois seguimos para o Athabasca Falls, uma que d´água muito interessante.  Lugar bonito, bem estruturado, com muitos pontos para pic nic, e onde aproveitamos para fazer o nosso.
Mais tarde voltamos para cidade e paramos em um local bem perto do nosso hotel, que tem um lago muito bonito, uma estradinha boa caminhadas e pedaladas, e que vai até as proximidades de um campo de golf.

Na cidade há um teleférico, mas o dia não estava bom o suficiente para um passeio assim, de forma que tiramos o fim de tarde para passear pela cidade mesmo.
À noite fomos ao maravilhoso restaurante Syrahs.  Havia uma pequena fila de espera para quem não tinha reserva, mas valeu a pena.  O ambiente é agradável e o atendimento espetacular.  Enquanto nosso prato não ficava pronto (um prato com carne de “elk”) nos ofereceram deliciosas entradinhas, sem custo adicional.  E a sobremesa foi um “cheese cake” de chocolate que estava simplesmente divino!  Tudo isso mais um bom vinho canadense foi para fechar com chave de ouro nosso período em Jasper.



Dia 6 – 06/8 – qui. - Primeiro dia na Icefields Parkway

Nós reservamos dois dias para fazer o percurso de Jasper a Banff (288 Km) pela Icefields Parkway.  A Icefields Parkway é considerada uma das estradas cênicas mais lindas do mundo!  E depois de percorrê-la posso assegurar que é mesmo, mesmo sem ainda ter conhecido todas as outras J  Ela tem esse nome porque passa por importantes “icefields” (geleiras, ou glaciares) nas Rochosas canadenses.
Nosso objetivo era fazer o trajeto com muita calma, parando nos diversos pontos para observar as belezas do lugar e a fauna.  Não tivemos tanta sorte assim com a fauna.  Vimos um alce lindo na saída de Jasper que não conseguimos fotografar (muito arisco) e muitas aves, mas nada além disso.  Nem ursos.  Queríamos muito avistar um urso – de uma distância segura, é claro.

Nosso pernoite seria no hotel Glacier View Inn, perto da geleira Athabasca, junto ao Columbia Icefields Centre, e queríamos chegar lá com tempo suficiente para fazer a visita, que tem que ser feita em um ônibus especial, chamado Ice Explorer, que leva você até bem pertinho do glaciar.  Passeios por conta própria são possíveis, mas não para chegar às barbas do glacial.

Apesar das muitas paradas para fotos, contemplação, caminhadas e lanche, chegamos ao Columbia Centre com tempo suficiente para fazer ambos os passeios no Athabasca Glacier, a pé e no ônibus.  O passeio do Ice Explorer sai a cada meia hora, mais ou menos, mas como era verão e havia muita gente só conseguimos agendar mais para o fim da tarde.  Enquanto isso exploramos o local a pé.  Apesar de ser um pouco salgado, o passeio do ônibus vale a pena, principalmente para quem nunca viu um glacial assim tão de perto.

Não há muitas opções de hospedagem na Icefields Parkway, e o hotel que escolhemos também foi uma boa opção, pois sua localização e nos permitiu contemplar a beleza do lugar ao anoitecer, ao amanhecer... enfim, aproveitar todos os matizes de cores, luzes e sombras que a natureza pode oferecer num lugar como esse.






Dia 7 – 07/8 – sex. – 2º dia na Icefields Parkway

Saímos cedo do hotel e pegamos a estrada voltando um pouco no sentido contrário ao que deveríamos ir, com o objetivo de tentar ver um pouco mais da fauna local, já que era tão cedo.  Não deu certo.  Rodamos um pouquinho nesse sentido e voltamos, retomando nossa programação.



Neste dia dormiríamos em Lake Louise, uma vila que fica a uns 10Km do lago de mesmo nome.  Mas no caminho fizemos muitas paradas, pois a estrada é belíssima.  Também fizemos algumas caminhadas e paradas para lanche.


Um destaque nessa estrada é o lindíssimo Peyto Lake.  Pense num cenário perfeito de contos de fadas... então, é o cenário do Peyto Lake!  Uma pequena trilha sobe até um ponto de onde é possível obsevá-lo.  Trilha fácil e a vista de lá vale toda a viagem, sem exagero.
Peyto Lake
Chegamos relativamente cedo ao nosso hotel, então fomos curtir o resto da tarde no próprio Lake Louise.  O lugar estava lotado, mas também não era para menos, num dia lindo de muito sol no verão canadense acho que ninguém fica trancado em casa ou nos hotéis.

Passeamos pela volta do lago e fizemos uma pequena trilha que nos permitiu observá-lo de cima, com todos os barquinhos navegando e o Chateau Lake Louise ao fundo.







Voltamos para o hotel à noitinha e logo em seguida saímos para jantar.  A vila Lake Louise é uma gracinha, mas pequena.

Há vários restaurantes, mas o número de turistas é muito maior.
Acabamos jantando em um pub, e o critério de seleção foi o tamanho da fila de espera.  Mas apesar do critério nos demos bem.
  


Dia 8 – 08/8 – sáb. - Lake Louise

O dia iniciou bem cedo.  Pretendíamos andar bastante neste dia e fomo muito bem sucedidos no intento.

Após o café deixamos o hoyel e voltamos ao Lake Louise.  Nosso objetivo era fazer a trilha Plain of Six Glaciers e visitar a Tea House que fica no local e de lá seguir por outra trilha até o Agnes Lake, onde há outra Tea House.  Assim o fizemos.

 Andamos muito nesse dia, mas valeu muito a pena a Plain Six Glaciers é uma trilha longa, com bastante subida, mas cujo visual compensa qualquer sacrifício.  Além disso, é uma trilha um pouco menos disputada (talvez por ser mais longa) do que a do lago Agnes.  A trilha do Agnes é a mais famosa do lugar – não dá para deixar de ir, mas se for para fazer apenas uma, recomendaria a Plain Six Graciers.
Na 1a Casa de Chá
Nosso almoço foi na primeira casa de chá, após visitarmos os glaciares.  Dali seguimos caminhando até o lago Agnes, onde tomamos um chá da tarde.  As trilhas são todas bem mantidas e bem sinalizadas.  E como é bom andar feito cachorro sem dono e ao fim da trilha encontrar uma casa de chá!  No total, já considerando a volta, foram uns 19Km.

E como a gente gosta de andar, ainda fomos visitar o Moraine Lake.  Outro lago lindo que fica pertinho do Lake Louise.  A essa altura do campeonato é tanto lago lindo que você começa a ficar muito exigente com a beleza dos lugares, rs.

O Moraine Lake também estava cheio de gente, mas mesmo assim menos populo que o disputadíssimo Louise.  Preferimos não alugar barco, embora isso fosse possível tanto no Louise quanto no Moraine, mas estávamos cansados da caminhada.  Tomamos um café e pegamos a estrada, pois ainda tínhamos que chegar a Banff.

Há duas estradas que vão a Banff, a mais atual, Highway 1 ou Transcanada, e a antiga, Highway 1A ou Bow Valley Parkway.  Ambas são bonitas, mas a mais antiga permite ver melhor as paisagens, a fauna e fazer pequenas paradas para fotos, pois é estreita e bem em meio à floresta.  E ideal para quem deseja se encontrar com algum animal selvagem no caminho, e nós ainda tínhamos esperança de ver “nosso” urso. 

Então não tivemos dúvidas: pegamos a estrada mais antiga.  Não vimos os animais selvagens, mas curtimos belas paisagens e fomos parando.  O bom do verão canadense é que os dias são muito longos, de forma que chegamos a Banff ainda com um restinho de sol.


Dia 9 – 09/8 – dom. - Banff

Banff é uma cidade muito bonitinha.  Assim como Jasper, parece ter sido montada com casinhas de bonecas, mas é uma cidade maior.  E pegamos um período festivo, com música ao vivo no jardim da cidade e muitos turistas (lembrem-se: é verão e o Canadá está em êxtase com isso, rs).
Passeamos pela cidade, tiramos muitas fotos, fizemos algumas comprinhas principalmente na loja da North Face, onde encontramos alguns artigos muito interessantes para quem curte Trekking.
Banff tem uma gôndola, e como o dia estava bonito fomos para lá logo cedo.  Confesso que quando vi as gôndolas e a altura senti um pouco de medo, mas fomos em frente!
A gôndola sobre muito tranquilamente, e o visual de lá de cima é lindo.  Dá para ver toda a cidade e as montanhas ao redor.  Muitas pessoas vão a pé, mas a caminhada é puxada, com subida forte.

Chegando de gôndola ainda é necessária uma pequena caminhada caso se deseje ir até o topo, mas o caminho é todo pavimentado, com locais para paradas e bancos para descanso ao longo do caminho.  Ao fim da trilha, um antigo observatório do clima.


Na volta, almoço e mais passeios pela cidade e arredores.  Na entrada da cidade há um parque com vários animais, e vale a visita.



 
À noite saímos para um passeio noturnos com direito a fotos na beira do rio.







Dia 10 – 10/8 – seg. - Banff

Já tínhamos explorado muito a cidade no dia anterior, então passamos no Centro de Atendimento ao Turista para nos informarmos sobre alguma trilha.  Nos indicaram algumas trilhas de 1 dia, e optamos por uma que não tinha muita subida mas que seria muito florida e com um visual bacana.  Optamos por esta.







De fato o visual era muito bonito e em dado ponto da trilha havia muitas, muitas flores silvestres. Mas havia mais subidas do que eu imaginava a princípio (fiquei pensando como teria sido a outra, que subia com gosto!).


Dia 11 – 11/8 – ter. - Banff a Kelowna

Dia de deixar Banff e iniciar uma nova fase na nossa viagem.  Agora inicia uma parte mais urbana.  Próxima parada Kelowna, região produtora de vinhos!

Nosso deslocamento até Kelowna foi de aproximadamente 487Km.  A estrada tinha um visual bem bonito, mas era bem movimentada, com muitos trechos em obras e não era assim nenhuma “Brastemp”.  Esperávamos uma mega estrada, como as autobans alemãs, mas não era assim.  Com todas essas características foi uma viagem de baixo rendimento e bastante cansativa.  Não chegamos a Kelowna tão cedo quanto imaginávamos, e tivemos que comer num fast food em um trecho da estrada que onde o trânsito estava praticamente parado.  Almoçamos num Deny’s, que não conhecíamos, mas que apesar de ser um fast food havia umas opções legais de refeições.  Pedimos um prato do menu “sênior” (para idosos?), e a garçonete ainda perguntou “este é um item do cardápio ‘senior’, é isso mesmo?”.  Respondemos que sim, e achamos engraçado haver essa diferenciação.  Mas faz sentido, se há um menu “kids”, por que não um “seniors”? 

Nosso hotel em Kelowna era no estilo motel americano, e foi a primeira vez que nos hospedamos em um hotel assim.  O “custo x benefício” era muito bom.  Hotel novo, com quarto todo equipado, com estacionamento na porta, bem localizado e bom preço.  Só o café da manhã é que era bem simples, mas tudo bem.

Como ainda tínhamos um restinho de tarde, fomos explorar a cidade, que fica às margens de um lago gigantesco.  A vida parece girar em torno desse lago.  Muita gente na volta do lago curtindo a tarde e, vejam que interessante, uma parada gay!  Na volta do lago muitos apartamentos de luxo, com “estacionamento” para os barcos, muitos restaurantes, sorveterias, praças, pistas de corrida, etc.  Enfim Kelowna é uma cidade de porte médio muito bem estruturada.  À noite voltamos para jantar num restaurante perto do centro, mas sem vista para o lago.  Saímos dali e fomos tirar umas fotos noturnas na beira do lago, e encontramos casualmente um libanês residente em Kelowna muito simpático e fã do futebol brasileiro.  Ficamos mais de hora conversando com ele sobre a vida no Canadá, o futebol no Brasil, a Copa de 82 e a de 2014, e sobre a Líbia.



Dia 12 – 12/8 – qua. - Kelowna e as vinícolas do Okanagan Valley

Passamos o dia fazendo tour pelas vinícolas de Okanagan Valley.  Uma ponte atravessava para outra margem do lago, onde ficam as principais vinícolas.  Iniciamos pela Mission Hill, um lugar belíssimo, não só pelos vinhedos mas por toda estrutura.  A vinícola foi criteriosamente projetada para reunir a beleza natural do lugar com uma arquitetura de bom gosto e belas obras de arte.  Fizemos um tour com degustação ainda cedo, e depois almoçamos no recomendadíssimo restaurante da vinícola.  Almoço divino, com tudo a que se tem direito: vinho, entrada, prato principal, sobremesa e vinho de sobremesa.  Esse vinho de sobremesa chamou nossa atenção.  Era delicioso, e foi inevitável sair de lá com uma garrafa na mão.




Visitamos outras vinícolas grandes na região e fizemos algumas compras.  Mais para o fim da tarde fomos visitar umas vinícolas menores, quase artesanais, mas bem conceituas, e algumas que trabalham com uvas características do Canadá e praticamente não cultivadas em outros lugares.

À noite escolhemos um restaurante bem legal, chamado Bacaro Kitchen & Drink, que servia vinhos em taças.  Então ficamos variando os vinhos e os petiscos, combinando-os.  Foi um dia de muitos drinks.

Dia 13 – 13/8 – qui. - Kelowna a Vancouver

Dia de deixar Kelowna e ir para Vancouver, distante 396Km.  Dessa vez, ao contrário do último deslocamento, foi tudo bem tranquilo e pegamos boas estradas.  Aos poucos a paisagem foi mudando e se tornando mais urbana.  Complicada mesmo foi a chegada a Vancouver.  Escolhemos um hotel bem central, que facilitasse nossos deslocamentos.  Talvez em função de algumas obras urbanas, algumas ruas estavam com o sentido alterado, e nosso GPS não estava informado a respeito.  Houve algumas “perdidas”, mas conseguimos encontrar nosso hotel, deixar nossas coisas e sair em busca da locadora para entregar nosso carro.  Optamos por não nos deslocarmos de carro em Vancouver e usar o transporte público mesmo, além de caminhar bastante.  Por tudo isso um hotel bem localizado era importante.

Vencida esta parte de chegar ao hotel e entregar o carro, era aproveitar ao máximo o pouco tempo que teríamos em Vancouver.  E começamos por explorar um delicioso café que havia bem pertinho da locadora, chamado Faubourg.  Ambiente lindo e cheio de guloseimas tão fascinantes aos olhos e ao estômago que no dia seguinte lá estávamos nós outra vez!

Saímos caminhando nessa tarde sem um rumo muito definido, entrando e saindo por ruas movimentadas e com prédios modernos no centro de Vancouver.  Fomos em direção à orla e terminamos por ir até o Canadá Place, importante área do porto e que tem, talvez, a construção mais conhecida de Vancouver, com suas velas brancas, um símbolo da cidade.

Dalí fomos caminhando, sempre pela orla, na direção oposta até chegarmos ao parque da cidade, o Stanley Park, um dos maiores parques urbanos da América do Norte.



Vale dizer que toda essa região é uma área de lazer gigantesca, onde as pessoas saem passear, correr, andar de bicicleta, tomar banho de mar (apesar da água ser bem fria), etc., e onde há alguns palcos armados para espetáculos ao ar livre.  No parque também há museus e um importante aquário (Vancouver Aquarium), mas devido a nossas restrições de tempo, optamos por não visitar esses lugares, que podem tomar até um dia inteiro.  Ficaram para uma próxima visita a Vancouver. 
Essa tarde estava realmente especial, quente e ensolarada.

Voltamos em direção ao nosso hotel já anoitecendo, e no caminho paramos para jantar no Banana Leaf, um restaurante de comida malásia.  Como não conhecíamos nada da culinária malásia foi uma experiência excelente, pois é sempre muito bom explorar novos prazeres gastronômicos.


Dia 14 – 14/8 – sex. - Vancouver

Último dia em Vancouver era para ser aproveitado ao máximo, certo?  Certíssimo, e foi o que fizemos.  Tomamos nosso café da manhã bem cedinho e fomos aproveitar o dia que, infelizmente, amanheceu meio encoberto e ameaçando chuva.  Mas nada disso nos intimidou, e lá fomos nós caminhando pela cidade até a orla, mais precisamente até o porto de onde sai o Sea Bus para Granville Iland, uma das áreas culturais mais vibrantes da cidade, e que já foi uma zona decante.  Muitas fotos pelo caminho até o porto de onde saem os barcos para Granville Iland.  A travessia é bem rápida.  Em Granville Island também fica o Public Market, o mercado público de Vancouver que abre diariamente.  A visita a este lugar é obrigatória!  Cheio de lojinhas, barracas de comidinhas, restaurantes, enfim, muitas novidades e variedades.

Inicialmente pensamos em almoçar no Public Market, mas como ainda era muito cedo, apenas tomamos uma bebida quente (um café de alguma parte exótica do mundo) tomamos o barco de volta.
Andar pelas ruas do centro de Vancouver é uma experiência bacana.  Passamos por vários prédios, esculturas e construções históricos, sendo um deles um relógio movido a vapor, que foi totalmente recuperado, e que de hora em hora faz a alegria dos turistas expelindo baforejadas de vapor.
A chuva continuava ameaçando, sem pegar forte, e como já tínhamos andado muito, paramos para almoçar no The Flying Pig que, como o nome sugere, há muitas opções de carne suína no cardápio.
Saindo dalí fomos caminhando até o bairro chinês de Vancouver.  Este bairro é interessante, mas nada tão impressionante quanto a China Town de San Francisco, nos EUA.

À tarde voltamos ao café do dia anterior e passamos numa chocolateria canadense chamada Rocky Mountain e compramos umas “lembrancinhas” de viagem para nós e alguns amigos e parentes ali.  Delícia de “lembrancinha”!

Deixamos nossas comprinhas no hotel e fomos apreciar o pôr do sol na praia.  Na verdade não vimos o sol, que neste dia estava tímido, mas mesmo assim o fim de tarde foi bonito.
À noite jantamos no restaurante grego chamado Stepho’s.  Comida boa, a bom preço e farta, muito farta!  Poderíamos ter pedido apenas um prato para dividir, o que daria bem para um casal.

Dia 15 – 15/8 – sáb. - retorno ao Brasil

Dia de iniciar a longa volta para o Brasil.  Antes de partir, perguntamos no hotel como proceder para descartar corretamente nosso spray de pimenta contra ursos.  Sim, ainda estávamos com ele, não vimos nenhum urso (pena) e não queríamos nos arriscar a fazer alguma bobagem com o spray.  Fomos orientados a deixar o spray no quarto do hotel, que eles mesmos se encarregariam do descarte.  Assim o fizemos.

Nosso voo estava previsto para sair de Vancouver, pela Air Canadá, às 7h da manhã e teria 2h de espera no aeroporto de Toronto até pegarmos o voo da Tam de volta ao Brasil.  Chegamos ao aeroporto às 5h e descobrimos que nosso voo tinha sido remarcado para as 9h!  Ou seja, perderíamos nossa conexão para o Brasil.  Bem, aí começou uma correria, uma verdadeira maratona.  Explicamos nossa situação no check in, pois queríamos embarcar em algum outro voo, já que havia vários da Air Canadá partindo de Vancouver a Toronto.  O problema é que estavam todos lotados, então despachamos nossa bagagem e entramos numa fila de espera.  Não conseguimos vaga no voo de 6h30, nem no de 7h30, mas conseguimos no de 8h.  Então havia uma esperança!  E no embarque nos disseram que os voos em Toronto estavam todos atrasados devido ao mal tempo.  Chegando a Toronto nos deparamos com um dia lindo, se nuvens, nem uma brisa e nosso voo não atrasou.  Quem atrasou fomos nós, e nossas malas, que não chegaram a Toronto.  Ao tentar embarcar descobrimos que, como nosso voo pela Tam faz escala em NY, a migração americana é feita em Toronto, e não em NY.  E a pessoa da migração disse que só poderíamos passar pela migração com as bagagens e um novo cartão de embarque.  Tentamos explicar que nossas malas estavam extraviadas, mas não houve jeito!  Foi preciso uma pessoa da Tam para nos dar um papel por escrito informando o extravio das bagagens, e nos acompanhar por todos os processos para que pudéssemos passar à frente nas filas da migração, pois só faltava Alexandre e eu no avião, que já estava pronto para fechar as portas e partir.  Olha, foi uma correria danada!  Por fim, após passar pela última “barreira” da migração a pessoa que nos acompanhava disse “agora corram porque a partir daqui não posso mais acompanhar vocês, corram que o avião vai sair”!  E assim vivemos mais uma edição da modalidade “corrida em aeroportos” (não, essa não foi nossa primeira vez).  Saí correndo pelo aeroporto com sapatos desamarrados, quase caindo, porque tive que tirá-los no raio-x e não tive tempo de amarrá-los.  E pelo caminho cruzamos com alguns funcionários da Tam que diziam “vocês vão pegar o avião da Tam para o Brasil? Cooorrrrammm porque só faltam vocês”.  Acho que teve até torcida.  Enfim cruzamos a linha de chegada, digo, embarcamos!

Dia 16 – 16/8 – dom. - A chegada a Brasília

E para fechar com “chave de ouro” nosso voo de volta ao Brasil, na chegada a Brasília, após quase 24h de viagem, o avião arremete antes de pousar.  Terceira vez que isso acontece comigo, mas dessa vez recebemos do piloto uma explicação preocupante: “por problemas de performance na aeronave achamos melhor arremeter”.  Preocupação total, todo mundo de olho arregalado e respirando fundo!  Como assim problemas de performance na aeronave?  Problema no trem de pouso?  No reverso?  Sem freios?  Detesto explicações genéricas, que podem significar tudo, inclusive nada.  Mas acabou tudo bem.  E nossas malas, espertinhas, ficaram viajando mais um pouquinho e só chegaram na noite do dia seguinte – intactas, sãs e salvas J


E nós já estamos com saudades do Canadá e de uma nova viagem.  Esses pequenos sustos e correrias fazem parte da viagem, e logo entram na lista de histórias para se contar e rir delas depois que passam.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Sudoeste dos Estados Unidos



Esse é o relato de uma viagem que fizemos pelos desertos do sul dos Estados Unidos em outubro de 2015. Até então, nunca havíamos nos interessado turisticamente pelos Estados Unidos. Poucas cidades americanas nos interessam de fato e parece existir um foco na modernidade das grandes cidades. Nós, no entanto, nos interessamos principalmente por ecoturismo e por turismo histórico. Ainda assim, uma viagem pelo sudoeste americano era uma ideia que nos agradava.


Como em outras viagens que fizemos, preferimos alugar um carro para termos mais autonomia.  Reservamos o carro pelo site http://www.rentcars.com.br/, e foi muito bom porque o contrato sai em português, o pagamento foi antecipado e em reais (um custo de viagem a menos a ficar na dependência da variação cambial e para pagamento a posteriori).  Este site possui várias opções de carro e trabalha com diversas locadoras, grandes e pequenas.  Precisávamos de uma locadora que nos permitisse pegar o carro em San Francisco e devolver em Las Vegas, e nem todas fazem isso.

Dirigir nos Estados Unidos foi uma experiência tranquila. Sabíamos que estávamos em um país estrangeiro com leis bastante duras e, por isso, tentamos seguir as regras de trânsito de lá - que diferem das daqui em alguns detalhes - e o estilo cauteloso de pilotagem.

A pessoas com as quais interagimos nesse período foram, em geral, educadas e simpáticas. Ficamos com vontade de voltar para explorar mais os hikings mais longos que podem ser feitos por lá.

Dia 0 - Brasília - San Francisco
Saímos de Brasília em um voo da Copa, com embarque às duas da manhã. Depois de umas seis horas, há uma conexão na cidade do Panamá. A seguir, fomos direto para San Francisco. Achamos esse voo uma opção legal, já que ele vai quase em linha reta até o oeste americano e, de quebra, tem uma parada para esticar as pernas.  E esse voo melhorou bastante (entretenimento) desde a última vez que viajamos pela Copa.



Dia 1 - Chegada a San Francisco pela tarde, visita a Chinatown
Iluminação pública de China Town
Mesmo assim, chegamos a San Francisco quebrados. Tomamos um shuttle até o nosso hotel, que saiu bem mais barato que um táxi. Lá pelas cinco da tarde estávamos no hotel, no South of Market (Soma), um bairro relativamente bem localizado, perto do Civic Center. Depois de um banho, rumamos para Chinatown. O bairro chinês de San Francisco tem uma aura interessante: passar o seu impressionante portal de entrada é praticamente uma viagem a uma outra dimensão. 
Há um comércio intenso de todo tipo de quinquilharias, em um ambiente tão assumidamente cafona que acaba por se tornar sofisticado. Os elementos da cultura chinesa estão por todos os lados e o lugar é uma mina de ouro para fotógrafos urbanos, principalmente no entardecer e no início da noite, quando as luzes começam a se acender.  Retornamos a pé para o hotel e jantamos em um restaurante nas proximidades, chamado AQ. Restaurante um pouco caro, mas muito bacana, moderno, cozinha aberta e pratos sofisticados e saborosos, com misturas diferentes.  Estava lotado, de forma que ficamos no bar mesmo, e o garçom nos brindou com uma deliciosa entrada, cortesia da casa.  


Chinatown

Dia 2 - Golden Gate e Salsalito
Saímos do hotel cedinho e caminhamos até o pier 33, numa tentativa frustrada de visitar Alcatraz, que só tinha ingressos para daí a dois dias.  E aí fica a dica: faça reserva com antecedência, principalmente se você tem pouco tempo na cidade. Como não fizemos isso, acabamos mudando toda a nossa programação em San Francisco, mas valeu a pena!
Visitamos o Fisherman's Wharf e logo após o píer 39, alugamos bikes para um passeio até Salsalito, passando pela Golden Gate. 
Sempre presentes e simpáticos no Pier 39




O passeio foi a nossa primeira experiência ciclística em uma grande cidade em um país desenvolvido.  A primeira foi em Lucca, na Itália, mas Lucca é uma pequena cidade medieval - outro esquema! Inicialmente, estávamos preocupados com o trânsito, mas constatamos que não precisávamos temer os carros, na verdade, eles é que nos temiam. A distância até a Golden Gate é considerável e há algumas subidas bem acentuadas. Apesar disso, chegamos até a ponte rapidamente, e é uma delícia cruzá-la de bike, com calma, parando nos pontos (onde isso é permitido) para fotos.

Golden Gate vista de Sausalito



Salsalito é uma cidade que gravita em torno de San Francisco e é cheia de restaurantes bacanas na beira da baía. Lá, nos sentimos merecedores de um Spaguetti com frutos do mar e de um Pinot Grigio, já que não há lei que impeça alguém de beber e pedalar - pelo menos que nós saibamos. Depois de saborear tudo isso na sacada do restaurante (Tridente) com vista para o mar, fomos para a estação de Ferries e pusemos as bikes na próxima embarcação que voltava para o píer 39. 
Constatamos, curiosos, que metade do Ferry estava tomado por bikes, na sua maioria de turistas como nós. Na volta, passamos no Embarcadero - uma estação de barcos, com um mercado bem ativo no seu interior - e compramos queijos, pães e um vinho para um jantar no quarto do hotel.



Aguardando o Ferry


Fim de tarde no pier


À noite fomos a um concerto de jazz no SF Jazz Center.  O local fica perto do nosso hotel, e fomos a pé.  Vale muito a pena ir a um show de jazz neste local, pois é muito típico de San Francisco.  Eles SEMPRE têm uma programação com artistas gabaritados. Dessa vez, o show era do Wayne Shorter, um nome muito significativo do Jazz. Mas atenção: costuma lotar!  Fizemos nossa reserva com bastante antecedência, do Brasil mesmo, pelo site http://www.sfjazz.org/center.

Dia 3 - Napa Valley, Sonoma Valley e Castro
Ficamos com receio de ir de carro ao Napa Valley, considerando que sempre se bebe um pouco nesses passeios enogastronômicos. Por isso, contratamos um passeio, que nos levou a duas vinícolas no Napa e a uma no Sonoma. As vinícolas não eram muito conhecidas, mas todas elas tinham bons vinhos.

Igreja em Sonoma
Aproveitamos para fazer algumas compras e nos abastecermos de vinho até o final da viagem. Com o dólar a quase R$ 4, adotamos como estratégia jantar no quarto do hotel, de vez em quando. Normalmente, comprávamos um bom queijo, um salame, um pão legal, que comíamos com um azeite e com vinhos comprados em Napa. Tivemos, assim, possibilidade de comer várias coisas interessantes que encontrávamos pelo caminho - queijos, salames, molhos e pães artesanais - com um custo baixo.
À noite, encaramos uma longa caminhada até a Castro Street, o coração do bairro gay de San Francisco. O guia de viagens que usamos - conservador, burocrático e sem imaginação - simplesmente não falava na Castro. No entanto, visitar esse bairro foi um dos passeios mais interessantes de San Francisco. Foi ali que nasceu o movimento pelos direitos civis dos homossexuais e isso é refletido em todos os cantos, desde a praça, batizada com o nome Harvey Milk, um congressista que se dedicou à causa, até os cuzamentos, delicadamente pintados com as cores do arco-íris e iluminação pública colorida seguindo a mesma linha. Por ali há muitos bares, restaurantes e estabelecimentos diversos frequentados pelo público gay, além de algumas sex shops com produtos no mínimo curiosos. Jantamos num bom restaurante italiano na Castro. Éramos o único casal hétero do estabelecimento e não sofremos nenhum constrangimento por isso, foi muito bom.  E detalhe: nos fundos do restaurante estava ocorrendo um curso de pintura com degustação de vinhos.  Coisas de uma cidade vibrante e diversificada como San Francisco ;-) 

Passagem de pedestre nos tons do Arco-íris na Castro St.

Dia 4 - Lombard Street e Alcatraz
Girardelli Square
Pela manhã, tomamos o Cable Car perto da estação de metrô Powell, uma espécie de bonde histórico que é mantido apenas para a alegria dos turistas.  Valeu a pena chegar cedo, pois no local forma-se uma longa fila e, além disso, foi possível ver os técnicos fazendo a manutenção nos trilhos antes de os bondes começarem a circular.  Um processo todo manual, de certo tão antigo quanto os bondes. Subimos na Powell e cruzamos as íngremes ladeiras da cidade, descendo na Ghiradelli Square, já na beira da baía. 
A partir dali, caminhamos até a Lombard Street (uma subida dos infernos), num trecho onde a rua foi feita com várias curvas curiosas, como forma de contornar a inclinação exagerada e permitir que os carros pudessem trafegar. Depois, subimos até Telegraph Hill (outra subida infernal), que fornece uma vista legal da cidade. Dali, descemos na direção de Little Italy, o bairro italiano de San Francisco, com direito a uma passada em frente ao café Trieste para uma foto.  Neste café Coppola redigiu o roteiro de O Poderoso Chefão.  Se o café não estivesse tão cheio teríamos entrado para tomar algo, mas como estava lotado apenas registramos nossa foto e seguimos adiante.

Almoçamos no pier 49, no Bubba Gump, que é totalmente decorado com temas do Forrest Gump, embora já existisse antes do filme. 

Pegamos o último horário para o passeio por Alcatraz. A antiga cadeia tem um clima meio opressivo e é um passeio histórico que vale a pena.  E na volta pegamos um lindo fim de tarde, no último ferry.
Alcatraz

Lindo fim de tarde ao retornar de Alcatraz


E para encerrar o dia fomos caminhando (como andamos nesse dia!!!) até a Ghirardelli Square e fizemos nossas comprinhas de chocolates.  Já era noite e decidimos jantar por ali mesmo, no restaurante Cioppinos.   Retornamos ao hotel de Street Car, um trem elétrico um pouco mais moderno.

Dia 5 - deslocamento de San Francisco a Pismo Beach.

Pela manhã tomamos Shuttle ao aeroporto para retirar o carro. Tínhamos reservado um SUV, mas acabamos pegando um carro híbrido, bem mais econômico.  A seguir, pegamos o caminho da costa, pela Highway 1, considerada a primeira estrada cênica da Califórnia.  Saímos um pouco da Hwy 1 para entrar na Península de Monterrey, uma estrada parque pedagiada de algumas milhas à beira mar, onde um simpático guarda nos cobrou a taxa. Ele nos contou que a única expressão que conhecia em português era "bom dia", mas na tarde passada havia cumprimentado com o seu "bom dia" uma portuguesa, que lhe corrigira, explicando que à tarde se fala "boa tarde". Assim, agora ela sabia duas expressões em português. Acho que ao longo de toda viagem, excluindo-se um ou outro mal-humorado congênito, esse padrão de simpatia foi comum. Depois de Monterrey voltamos à Hwy 1 e fomos em direção ao Big Sur, 
Big Sur
aproveitando as várias paisagens de penhascos e pontes costeiras e vendo os carrões padrão ostentação que circulam por essa estrada: Ferraris, Lanborguinis, Camaros e muitos Mustangs.
No cair da noite chegamos a um ponto do litoral que abriga leões e elefantes marinhos. Infelizmente, a luz já não estava muito boa para fotos. O ideal teria sido fazer o trajeto em dois dias, já que a estrada é bastante sinuosa e com muitos (muitos mesmo!) belos pontos que merecem uma parada.


Era noite quando chegamos a Pismo Beach e fizemos checkin em um motel típico americano, daqueles de filme do Hitchcock. Fomos recebidos pelo Norman Bates.

Dia 6 - deslocamento de Pismo Beach a Death Valley Junctio

Esse foi um dia de deslocamento longo, mas que rendeu bastante. Saímos cedo do litoral e pegamos estradas com pouco movimento. Havia basicamente dois caminhos possíveis até Death Valley Junction, e optamos pelo que cruzava o Vale da Morte iniciando pelas dunas (em Stovepipe Wells), apesar de ser o caminho mais demorado.  O objetivo era pegar as dunas ao entardecer e só depois chegar ao nosso hotel.
Paisagens desérticas do caminho
No caminho cruzamos o deserto de Mojave e, num dado ponto, passamos pela entrada do Red Canyon, mas não pudemos fazer a trilha por falta de tempo.
Uma das entradas do parque

Chegamos ao Death Valley ainda em tempo de pegar o entardecer nas Mesquite Dunes conforme planejado, e valeu a pena.  As dunas ficam lindas com a luz suave e alaranjada do fim de tarde.  Após um longo dia de deslocamento foi prazeroso e relaxante caminhar sobre as areias quentes e macias da Mesquite Dunes.

Dunas

As dunas ao entardecer
Escolhemos ficar em Death Valley Junction, que é nada mais que um cruzamento com um pequeno grupo de casas e um hotel fantasma, no qual ficamos. Opera House Hotel é um prédio gigantesco, que no passado foi comprado por uma bailarina, que fundou ali um teatro e um hotel contíguos. Antes disso o local pertencera a uma empresa mineradora que operou no Vale da Morte.  Os alojamentos, enfim toda estrutura construída, datam desta época.  A história do local e de sua dona são muito interessantes.  O problema é que o hotel entrou em um ciclo de decadência há alguns anos. Não acreditamos em fantasmas, mas ficamos com medo de ir até a cozinha durante a noite e encontrar com as gêmeas de O Iluminado no corredor. Traçado esse cenário, devemos acrescentar que esse foi o hotel mais legal de toda a viagem. O prédio antigo é simplesmente fantástico e a atmosfera do ambiente, com pinturas da antiga dona e objetos de espetáculos passados é absorvente.

Fim do dia no Death Valley
Vista Noturna do Amargosa Opera House

Dia 7 - Death Valley
Acordamos cedo e fomos ao Dante's view, um ponto que fica melhor pela manhã. Dali, encaramos vários quilômetros até o Centro de Informações Turísticas, em Furnace Creek, onde pagamos a taxa de visitação do parque.  Há máquinas espalhadas nas entradas do parque para pagar esta taxa, mas não conseguimos usá-las.  Por alguma razão não funcionava com nossos cartões de crédito.  Foi bom passar no Centro de Informações, pois descobrimos que várias estradas do parque estavam fechadas, já que a 'flood' tinha sido 'violent'. As 'flash floods' parecem ser um problema na região.   Lá chove pouco, mas quando chove... 
As estradas do Death Valley
Com essa informação, mudamos um pouco os nossos planos de lugares a visitar no Vale da Morte.  Tomamos café no restaurante de um dos hotéis de Furnace Creek e depois saímos rumo a Rhyolite, uma cidade abandonada, que já estava nos planos. O Death Valley tem várias dessas cidades, e Rhyolite é a maior 
Rhyolite

delas, ainda que tenha ruínas não muito preservadas. Em função da mudança de roteiro acabamos visitando a Old Stovepipe Wells, que nada mais é que um poço no meio do deserto; o Mosaic canyon, formado a partir de um rio temporário; o Harmony borax works, uma antiga mina de boro; o Zabriskie point, uma vista cênica que fica melhor ao entardecer; e o Twenty mule team canyon. 


Rhyolite


Vista de Zabriskie point
Fim do dia, nos abastecemos no mercadinho de Furnace Creek e voltamos ao nosso hotel fantasma para tomar uns vinhos, comer uns queijos e uns tacos preparados por nós, já que não há nenhum restaurante perto do hotel – mas tinha cozinha liberada para uso dos hóspedes.  E também tirar umas fotos noturnas do local, que ficaram muito legais. Afinal não é todas as noites que se tem um hotel fantasma no Vale da Morte, longe de tudo, para se fotografar.



Dia 8 - de Death Valley a Tusayan, no Grand Canyon. 

Deixamos o hotel cedinho e tomamos café da manhã em Pahrum, cidade vizinha alguns quilômetros adiante. 

Histórica 66
Nesse dia, escolhemos um caminho que passava por um trecho de rota 66 histórica. Hoje só existem alguns trechos da antiga Route 66 preservados, escolhemos fazer um deles apenas pelas referências culturais que a estrada suscita. Acabamos passando por uma loja que investiu pesado - e com sucesso - na mítica da estrada, trazendo muitos carros antigos, montando um posto de combustível retrô na frente e se firmando como uma espécie de ponto de encontro dos vários grupos que combinam de percorrer a 66.

Almoçamos em uma pequena cidade um pouco mais adiante, ainda dentro da 66 histórica, e que aparentemente se mantém em função dessa aura mítica que a 66 incita nos viajantes.

Seguindo mais um pouco, chegada a  Tusayan, nossa base para exploração do Grand Canyon. Esta cidade fica a uns 10Km da borda do canyon, e é uma excelente opção.  Conta com bons restaurantes (que fecham cedo) e mercados.  Na chegada ainda tivemos tempo de fazer um passeio pela borda do Canyon, percorrendo a Desert View Road, até o Grand Point. Existe uma certa emoção em ver o Canyon pela primeira vez. Tudo lá é muito grandioso e, por outro lado, desde criança se houve falar nesse lugar.  Nas palavras da Sandra, “definitivamente pode-se dizer que estar no Grand Canyon é materializar um sonho”.


Dia 9 - Desert View Road e South Rim trail
Pela manhã, tomamos a Desert View Road novamente. Essa via vai costeando a borda do Cânion, no sentido leste. Como era cedo, acabamos nos deparando com um rebanho de elks (alces), com várias fêmeas (sem chifres) e um macho com uma farta galhada. Fomos parando nos pontos de observação, até chegarmos ao final da via, o Desert View Point. Na volta, passamos pelas ruínas de Tusayan, um povoamento anterior aos Navajos. É bastante interessante observar o nível de sofisticação ao qual chegaram os nativos americanos. Pareceu-nos que eles estavam à frente dos índios da amazônia brasileira, embora ainda bem atrás dos Incas e Astecas. É curioso observar que nós,  seres humanos, carregamos desde as mais primitivas civilizações, uma necessidade que vai além de comer, beber e dormir... precisamos de arte! Sim...  Que propósito objetivo e prático teriam essas pessoas em, por exemplo, pintar potes de cerâmica e tecidos?  Criar instrumentos musicais?  Só religião? Não acreditamos que seja apenas isso.  Acho que  “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.  Isso é fantástico!


Elks
Depois, iniciamos a South Rim Trail, que cobre a borda sul em direção ao oeste.
Parada para o lanche e para consultar o mapa
Caminhamos na ida e voltamos com o shuttle interno provido pelo parque. O Grand Canyon é um parque nacional impecavelmente administrado, com tudo muito bem sinalizado e com praticamente uma cidade no seu interior, em função de ser o parque nacional mais visitado dos Estados Unidos.  No fim deste dia fomos presenteados pela natureza com um belíssimo nascer de lua cheia sobre os canyons, e um céu ainda com vários matizes devido ao sol que ainda não havia se posto completamente.  Um verdadeiro espetáculo!


O mais belo espetáculo: a lua nascendo sobre os cânions

Dia 10 - Wupatki Pueblo e Sunset Crater
Nesse dia havíamos planejado uma trilha longa, a Bright Angel Trail, que desce no interior do Canyon, mas no dia anterior a comida e a bebida nos deixaram com problemas estomacais e, assim, preferimos não fazer a trilha. 
No seu lugar, fomos ao Grand View Point cedo pela manhã. Já havíamos ido lá ao entardecer, mas diferença da iluminação dá um ar completamente diferente à vista. Depois, seguimos em um passeio de carro pela estrada a leste do Desert View Point, já saindo do parque. Acabamos visitando cânions fora do parque, como o do Little Colorado River, já nas terras Navajo. 

Seguindo pela estrada, tomamos a direção de Flagstaff e passamos pelo Wupatki Pueblo, outra ruína pré-Navajo, bem mais impressionante que a anterior. Na sequência, passamos pela Sunset Crater, um vulcão que teve uma erupção bastante devastadora há mais ou menos um século, e onde ainda é possível ver o rio de lava que foi gerado na época.






Dia 11 - deslocamento de Tusayan a Kayenta
Saímos de Tusayan relativamente cedo. Como havíamos percorrido um pequeno trecho desta estrada no dia anterior - aquele próximo ao Little Colorado -, não paramos para fotos, o que dinamizou o deslocamento. Já perto de Kayenta, parada no Navajo National Monument, um parque que preserva ruínas de povos ancestrais (que curiosamente nem Navajos eram). 

O parque tem três trilhas curtas, de mais ou menos dois quilômetros (ida e volta) cada uma. Fizemos duas delas. A mais interessante dava acesso a um mirante, de onde era possível ver as ruínas uma pequena cidade, empoleirada num vão formado na parede de um cânion.
A seguir, rumamos para o Monument Valley, onde tudo pareceu um pouco zoneado: ninguém cobrava o ingresso, o centro de visitantes estava fechado e as informações tinham que ser obtidas a conta-gotas, nos hotéis da região.

Contratamos um passeio para o dia seguinte no hotel Golding. 

No restante do dia fizemos um tour autoguiado, em estrada circular de terra de 17 milhas, que passa pelos principais pontos do parque. 
Acabamos o passeio já de noite, mas acreditando estar cedo para jantar em um restaurante, que na região fecha em torno das 21h.  Porém, como descobrimos depois, as reservas indígenas têm um fuso diferente do resto do Arizona, com uma hora a mais.  Quase ficamos sem jantar nessa noite...







Dia 12 - Monument Valley
Contratamos um passeio 4x4 para o dia todo. No final das contas, o grupo acabou sendo apenas nós dois e mais um guia Navajo que dirigia um caminhão adaptado para um areiões medonhos. Na manhã, fomos até o Secret Valley,
No Secret Valley
 uma área do parque fechada, que só pode ser visitada com a presença de um guia Navajo. O parque fica em uma reserva indígena e, por isso, há mecanismo que garantem aos Navajos algumas rendas decorrentes do turismo no local. 
O Secret Valley é um lugar inusitado e desconhecido, com formações rochosas curiosas e um certo ar de desolamento. Nosso guia falava inglês com um sotaque meio curioso. Tivemos muita dificuldade em compreendê-lo. Pelo que ele disse, os Navajos - que não se entitulam Navajos, mas Diné - são considerados quase como cidadãos de segunda classe pela sociedade americana. Mesmo assim, a maioria se modernizou e trocou os Hogans - construções de madeira e estuque - por casas com estrutura mais moderna. Aparentemente, eles vivem um dilema entre tradição e modernidade e um conflito de identidade entre ser americano ou Diné.
Almoçamos um churrasco (de hamburger!!) feito pelo guia no meio do vale com madeiras que ele recolheu no parque. Tudo simples, mas muito gostoso. À tarde, fomos para a parte principal do parque, onde visitamos alguns pontos da rota do dia anterior, além de outros, de acesso exclusivo dos Navajos. Achamos que o passeio valeu a pena, principalmente porque nos possibilitou ter acesso a áreas restritas, onde o nosso carro alugado não conseguiria chegar e com o assessoramento de um guia que realmente conhece a região. Nesse caso, a interação com o guia fez parte do passeio.
Ao final do dia, saímos a caça do Forrest Gump Point. O lugar onde Forrest parou de correr fica num ponto entre o Monument Valley e Mexican Hat, na US 163, que é uma estrada cênica, que vale a pena percorrer. Como bons turistas que somos, tiramos fotos no ponto... correndo!  E como bons corredores que pretendemos ser, não abandonamos nossas corridas ali, ao contrário de Forrest, rsrsrs


Correndo no Forrest Gump Point

Dia 13 - deslocamento de Kayenta a Page
O trecho de Kayenta a Page foi cumprido rapidamente, com direto a uma ou outra parada para fotos. Page fica à beira do Rio Colorado, num ponto acima do Gran Canyon. Existe uma represa, que forma o Lago Powell. No mesmo trecho existe ainda o Glen Canyon. Tudo isso faz da região de Page um lugar agradável e cheio de atrações interessantes, embora sem a exuberância do que vimos anteriormente. O que existe em Page de absolutamente inusitado é o Antelope Canyon, um cânion estreito de arenito que é uma coqueluche entre fotógrafos, sejam eles profissionais ou amadores (nós!). Encontramos uma agência que organizava passeios no Antelope e reservamos um horário no dia seguinte. Após isso, rumamos para o Horseshoe Bend, onde o Rio Colorado - nesse ponto ainda de um verde intenso - faz uma curva em forma de ferradura. 


Horse Shoe
A seguir, fomos para o parque que abriga o Powell Lake e mais uma série de atrações às margens do Colorado. O lugar é muito cênico, com o lago azul batendo nos paredões do cânion e os campos semi-desérticos com uma vegetação arbustiva. 
Powell Lake


Depois disso, fomos ao Marble Canyon, uns 60 km ao sul de Page. Lá cruzamos uma ponte de arcos histórica que é mantida para fins turísticos. Além do cânion, outra atração do lugar são os condores californianos, que, todavia, não estavam dando as caras por lá. Fiquei tirando fotos da ponte sob diversos ângulos, brincando com os efeitos do sol, até que um rapaz, que estava com o filho, perguntou-me se eu havia visto algum condor. Respondi que não e uma meia hora depois ele me procurou, feliz, mostrando que havia achado um, empoleirado na estrutura metálica da ponte. Sacamos uma objetiva de 500mm e tiramos algumas fotos do bicho, que é de uma feiura pungente.

Dia 14 - Antelope Canyon e outros passeios em Page
O Antelope Canyon tornou-se um lugar icônico para a fotografia ao longo dos anos. Trata-se de um cânion de fenda, estreito, onde a luz entra por uma abertura superior pequena e que possui formações onduladas em um arenito rosa. Todos esses fatores fazem com que os efeitos luminosos lá dentro sejam impressionantes no horário certo do dia, ou seja, quando o sol penetra o cânion pela abertura superior. 
Upper Canyon
Fomos no horário certo - nosso tour guiado iniciou as 10h da manhã - mas na época errada - melhor seria no verão. Dessa forma, havia luz no cânion, mas não feixes luminosos diretos. Mesmo assim, tiramos boas fotos abstratas, explorando as tonalidades que vão do alaranjado ao púrpura, dependo do nível de luminosidade. Havia muita gente na parte alta do cânion, o que acabou sendo chato, porque os guias ficavam apressando as fotos, em função dos vários tours enfileirados. 
Lower Canyon














Após terminar o upper canyon, iniciamos um tour pelo lower canyon, que foi bem mais tranquilo: éramos um grupo pequeno, sem outros enfileirados e contamos com um guia atencioso, que no guiou vestido de freira, já que era Hallowen.



Formações curiosas (Lower Canyon)

Ficamos o restante do dia curtindo uma certa preguiça na beira do lago e tirando umas fotos do pôr do sol.  À noite jantamos em um restaurante texano, embora ainda estivéssemos no Arizona.




Cerveja Grand Canyon no restaurante texano de Page - que mistura!

Dia 15 - deslocamento de Page a Las Vegas
Encaramos um trecho tranquilo de estrada e chegamos relativamente cedo a Las Vegas, onde nos hospedamos no Motel 6, bem simples mas adequado, já que partiríamos bem cedo no dia seguinte. Las Vegas entrou nesse roteiro apenas como ponto de saída de uma viagem essencialmente ecoturística. Na verdade, nunca tivemos muito interesse por essa "disneylândia para adultos", como algumas pessoas a definem. Ainda assim, foi legal passear pelas ruas atulhadas de gente, com todos apelos possíveis aos sentidos: as cores fortes, as luzes, as ofertas de sexo pago, de jogo etc. As prostitutas de Las Vegas oferecem seus serviços por meio de cartões distribuídos nas esquinas, onde em geral há uma foto, o telefone e o preço. Brincamos entre nós que o esquema de Amsterdan parecia mais confiável: a garota fica numa vitrine, sem intermediários e sem Photoshop. Compramos uma ou outra bobagem, almoçamos no Hard Rock Café (sempre uma boa pedida) e tiramos algumas fotos noturnas.
Las Vegas



Dia 16 - Tomamos o voo da Copa na madrugada. Voltamos em um voo Las Vegas-Panamá-Brasília já pensando numa volta.  Assim somos nós, terminando uma viagem e já pensando na próxima – ou nas próximas, rs.